Campo de testes: como aferir a qualidade do seu processo fotogramétrico

Mesmo com os avanços da tecnologia e dos softwares de processamento de imagens, ter conhecimento de todos os equipamentos a serem utilizados em um projeto de fotogrametria é essencial para atingir resultados satisfatórios no trabalho, pois cada um deles têm diferentes tipos de acurácia, ou seja, de precisão em suas medições. A partir desta constatação, a GeoSensori avalia ser importante para o profissional em campo elaborar seu próprio espaço de testes.

Mas, o que significa um campo de testes na fotogrametria? É um local físico para realização de avaliações do equipamento a ser utilizado. Ele deve estar situado, se possível, em uma área similar às condições de trabalho cotidianas do profissional, e ser de fácil acesso, isto é, próximo ao seu lugar de trabalho.

Escolha do campo e fixação dos pontos de controle

Na GeoSensori,  projetos de terraplanagem e loteamentos são os principais trabalhos executados no sertão nordestino. A região possui um relevo ondulado, a terra é em geral vermelha e a vegetação é predominantemente de caatinga. Essas características no ambiente de trabalho são importantes na escolha do local do campo de testes. Mas é comum recorrer a áreas planas e desobstruídas pela facilidade de marcação dos pontos de controle.

A partir da escolha desse local de avaliação é chegada a hora de fixar os marcos para verificar a capacidade de seu equipamento e eventuais erros tais como configuração da câmera, defeito no drone e até uma eventual falha no processo de cadastramento dos pontos. Todos os itens listados são fatores que podem comprometer a precisão do levantamento fotogramétrico.

Tela do software Metashape demonstrando a marcação de pontos de controle no aplicativo
Marcação dos pontos de controle no Metashape (antigo Photoscan).

O cadastramento dos pontos de controle é uma etapa especialmente delicada. Como o objetivo do fotogrametrista é atingir erros da ordem de centímetros, qualquer falha mesmo que sutil pode comprometer bastante o resultado final.

Em relação às marcações, você pode experimentar materiais diferentes para identificar seus pontos. Qual seria o melhor para transportar até o campo de testes? E na tela do software? Qual a cor que traria mais contraste? Qual o tamanho que ele precisa ter? Essas perguntas são essenciais de serem feitas no momento da escolha do tipo de marcos a serem fixados.

Leia mais sobre o tema em nosso artigo sobre pontos de controle.

O uso de equipamentos mal calibrados ou falhas intermitentes no equipamento GPS podem induzir incoerências em todo o levantamento. Por conta disso recomendamos utilizar marcos físicos e cadastrar esses pontos com cuidado e mais de uma vez.

Testando os softwares e demais equipamentos

Processos e softwares de fotogrametria também devem ser testados neste local de avaliação. Merecem atenção a estratégia de limpeza da nuvem de pontos e os parâmetros de alinhamento utilizados. Isso vai garantir mais agilidade e possibilitará o processo ser repetido por várias vezes e assim atingir resultados satisfatórios no futuro.

Os testes vão ajudar também a conhecer melhor a capacidade do seu drone, como quais áreas você conseguirá captar com cada bateria em altitudes diferentes. Para obter o máximo desempenho do seu  equipamento é importante experimentar configurações de sobreposição e altitudes variadas.

Da mesma maneira deve-se ter atenção aos ajustes da câmera fotográfica. As configurações de ISO, velocidade do obturador e abertura da lente influenciam a qualidade do resultado e a capacidade de trabalhar ou não em dias escuros ou durante as horas de crepúsculo (amanhecer ou anoitecer).

Portanto, guarde bem essa nossa dica: se você pretende dar cursos ou possui uma empresa ou ainda é um profissional iniciante, ou mesmo experiente, o campo de testes pode ser fundamental para o treinamento, aprimorar conhecimentos, além de contribuir para minimizar eventuais acidentes e erros custosos no dia a dia.

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