A superfície terrestre é composta por camadas formadas por anos de decomposição de matéria orgânica, sedimentos, calor, pressão e minerais diversos. Com isso, podemos dizer que existem os mais diversos tipos de solo, cada qual com características, composições, cores e utilidades distintas.
Com essa afirmação, delimitamos os quatro tipos principais de solo em que se divide a crosta terrestre: argiloso, arenoso, orgânico (ou humoso) e o calcário.
Solo argiloso
Na composição de um solo argiloso é possível encontrar até 30% de argila. Com isso, torna-se mais fino do que a areia e mais fortemente ligado, garantindo ao terreno um alto nível de compactação natural característico desse tipo de solo.
Em contrapartida, esse solo demanda cuidados quando do aproveitamento na construção civil, uma vez que se torna altamente maleável com a adição de água. Isso pode culminar em problemas no momento da execução das fundações de algum projeto, por conta dessa sua instabilidade potencializada pela possibilidade de existência de lençóis freáticos ou por se situar em locais com alta incidência de chuva.
É indispensável estudar bem o solo argiloso quando da sua utilização, pois, apesar de elevado poder de coesão, sua constituição pode ser facilmente abalada com o aumento da umidade. Serão necessários testes físicos e geológicos para prever o tratamento a ser utilizado nesse tipo antes do recebimento de construções acima dele.
Solo arenoso
Nesse solo, existe uma maior concentração de areia solta que o encontrado nos demais tipos. Isso faz com que eles sejam porosos e permeáveis, podendo a quantia de areia solta chegar a 70% de sua composição.
Ao contrário do solo argiloso, o arenoso não possui quase nenhum poder de agregação, sendo ideal para produção de cimento ou até mesmo utilizadas aterros e terraplanagens.
O solo arenoso, a partir de sua utilização na construção civil, subdivide-se em:
Areia lavada – Essa espécie de areia, bastante utilizada na construção civil, é extraída dos rios e, após separada corretamente da água, é peneirada para retirada de outros produtos e impurezas. A depender do diâmetro dos grãos, ela pode ser fina (entre 0,05 e 0,42mm), média (entre 0,42 e 2mm) e grossa (entre 2 e 4mm).
Areia industrializada – Comumente chamada de pó de pedra, esse tipo é gerado pela fragmentação de rochas mediante um processo mecânico, produzindo uma espécie de areia superficial. Apesar desse caráter industrial, seu procedimento de extração é considerado mais sustentável, causando menos impacto ao meio ambiente através da britagem das rochas.
Areia reciclada – Oriunda de entulhos ou outros resíduos de construção civil classe A (materiais que podem ser reutilizados na própria obra, tais como telhas e tijolos). Apesar de características quase idênticas a areia lavada, a reciclada possui algumas partículas de cimento, sendo as demais impurezas da construção anterior retiradas antes do preparo e moagem, desde que não sejam classe A.
Solo orgânico
Como o próprio nome já diz, esse tipo de solo é constituído a partir de matérias orgânicas, ou seja, da decomposição de animais, vegetais e microrganismos.
Dentre esse tipo de solo encontramos o húmus, que é a matéria orgânica de cor escura que fornece fertilidade ao solo, concentrando-se onde há a presença de oxigênio. Temos ainda a turfa, que, contrariamente, surge mediante um processo sem oxigenação (tais como originada por bactérias ou demais microrganismos), sendo esta a mais utilizada agricultura.
Solo calcário
Essa espécie de solo contém muito cálcio ou cal em sua constituição, o qual é muito usado na construção de casas.
Terrenos com essa constituição são os mais confiáveis. Por serem duros possuem uma elevada resistência a cargas, logo, tornam-se ideais para construções em geral.
No entanto, em projetos que demandam muita movimentação de material, esse tipo não é muito utilizado.
Sua rigidez e peso demanda mais trabalho quando falamos em retirada ou movimentação, exigindo mais das máquinas que irão realizar os serviços no local, acarretando aumento de custo com peças, ferramentas e consertos.
Aplicabilidade do conhecimento sobre solos na construção civil
O solo onde será aplicada a construção é parte fundamental de sustentação de toda a obra. Consequentemente, deve ser bem estudado e trabalhado para que o projeto seja executado da melhor forma, chegando ao resultado desejado com um menor desperdício mão de obra e investimento.
Seja tomando cuidado com a provável umidade em fundações de solos argilosos, ou até mesmo no aproveitamento da elevada resistência de um solo calcário, observar bem as espécies de solo onde será fundada a construção e que serão usadas para execução da mesma é primordial.
O conhecimento do solo é essencial nas etapas iniciais de qualquer projeto, afinal, quase nunca podemos escolher onde vamos locar uma obra. Portanto, é indispensável conhecer as limitações de cada tipo de solo a fim de dimensionar a fundação de uma obra, evitando problemas futuros de instabilidade, como recalques ou infiltrações.
E não apenas isso, cuidar bem do solo e prepará-lo corretamente aumentará a chance de sucesso do serviço de construção civil que se pretende realizar. Pensando nisso, nós da GeoSensori preparamos um conteúdo especial sobre preparação do solo para uma obra, que pode ser conferido aqui.
Pingback:A preparação do solo numa obra » GeoSensori
Pingback:O que vem a ser recalque nas fundações? » GeoSensori
Excelente!! obrigada 💛🌻