O levantamento topográfico de uma determinada área visa obter com precisão os elementos que permitem a elaboração das plantas topográficas. Para isso, faz-se necessário um número suficiente de coordenadas de pontos da superfície do terreno, utilizando métodos e instrumentos adequados. Sendo a topografia a ciência por trás disso, seus métodos de execução foram se aprimorando ao decorrer dos anos. Com isso, surgiu uma ramificação desta área de estudo: a fotogrametria.
Para saber mais sobre o passo a passo de um levantamento fotogramétrico, confira nosso artigo sobre o assunto clicando aqui.
Fazem parte da topografia tanto o modo tradicional, realizado com estações totais, quanto a fotogrametria, que utiliza drones em seu processo. No entanto, ainda que os objetivos sejam idênticos, suas aplicações são diferentes. Esse será o ponto que vamos abordar nesse artigo.
A fotogrametria e a topografia

Com o crescimento da fotografia aérea, novos horizontes tem surgido no ramo de análise de dados dos terrenos. Mas apesar da “coqueluche” envolvendo esse processo, nem sempre a fotogrametria é o método mais indicado para realizar seu trabalho.
Precisão em solo
Quando falamos em localizar pontos no terreno, nos referimos à coordenada exata dele em relação ao globo terrestre ou a um ponto conhecido. As duas técnicas de levantamento topográfico são capazes de alcançar tal resultado. No entanto, a fotogrametria permite uma obtenção mais rápida dessas informações, com valor mais acessível e uma precisão aceitável para uma grande variedade de aplicações.
Por outro lado, a topografia tradicional – quando efetuada corretamente e com equipamentos bem calibrados e conservados – é capaz de captar pontos com uma precisão milimétrica, o que pode ser necessário em alguns trabalhos específicos.
No caso da fotogrametria, o erro costuma ser maior. Na maior parte dos levantamentos, a diferença varia entre poucos centímetros a alguns decímetros, dependendo de fatores como: altura e velocidade de vôo, qualidade da câmera, homogeneidade do terreno e até a capacidade do profissional responsável pelo processamento dos dados.
Apesar disso, um erro médio na ordem de poucos centímetros pode facilmente ser desprezível, especialmente tratando-se de grandes áreas. É justamente aí onde a fotogrametria se destaca, pois a rapidez e a quantidade de detalhes captados podem compensar em muito a pequena perda de confiança dos dados.
Facilidade de trabalho
Alguns drones são feitos para serem operados por apenas uma pessoa. Com exceção da montagem do equipamento, todo o processo de captação da área pode ser automatizado por software utilizando parâmetros específicos para uma determinada área. Isso pode significar redução de custos com equipe, transporte, alimentação e ainda facilitar o controle de todo o processo.
Visão de solo
A câmera montada em drones só pode mensurar aquilo que é capaz de ver. Nesse aspecto a vegetação pode atrapalhar o trabalho fotogramétrico. No caso do processo tradicional, uma vez que o profissional mede fisicamente o solo em cada ponto que toca, esse problema se torna muito menor. Assim sendo, a presença de vegetação pode ser um dos critérios fundamentais para o uso de técnicas mais convencionais.
Maior detalhamento
Segundo as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), um levantamento topográfico precisa ter, em média, 50 pontos de controle por cada hectare. Como comparação, a fotogrametria capta facilmente mais de 500 mil pontos por hectare, o que significa 10 mil vezes mais detalhes do que o processo tradicional. Por esse motivo, um drone pode executar em poucas horas uma área que levaria alguns dias para ser finalizada por uma equipe de topografia.
Maior Segurança
O drone permite a captura de dados de solo mesmo em regiões inacessíveis ao topógrafo ou agrimensor, o que garante à equipe de solo menos exposição às áreas de risco ou de difícil acesso, resultando em mais segurança ao trabalho.
Ortomosaico
Recurso exclusivo da fotogrametria, o mosaico retificado de todas as fotos – como se fosse uma visão do Google Maps – permite realizar medidas e encontrar recursos no solo de maneira muito mais detalhada do que o cadastramento convencional de um levantamento topográfico.
Mesmo em casos onde a fotogrametria não seja a técnica mais indicada para o levantamento, o ortomosaico pode ser utilizado para complementar os dados obtidos em campo.
Para saber mais sobre o que é o ortomosaico, confira aqui nosso artigo.
Menor custo
Quando falamos em grandes áreas, a economia resultante da menor duração do trabalho de campo – em termos de custos de mão de obra, deslocamento, alimentação e hospedagem – pode superar o investimento em tecnologia e pós-processamento dos dados a ponto de representar uma economia significativa do custo total do trabalho.
Considerações finais
Enquanto a fotogrametria não pode ser ignorada como uma técnica que pode revolucionar não só o trabalho do topógrafo ou agrimensor, como de outros profissionais em áreas de conhecimento, o desenvolvimento atual da tecnologia não nos permite ainda apontar o fim dos dias do levantamento tradicional.
Contudo, podemos dizer com segurança que há grandes vantagens quando a técnica é utilizada corretamente. A fotogrametria veio sim para ficar e deve ser encarada como uma ferramenta promissora de trabalho por qualquer profissional que pretenda se manter atualizado nesse mercado que está em franca expansão.
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muito bom show parabéns a todos cada dia aprendendo mais e mais.